No começo... o início.

Ter um fliperama em casa é um sonho muito antigo que, acredito eu, seja o sonho de qualquer um que cresceu frequentando estes locais (e aqui não me refiro à fliperama de shopping, falo de flipper de boteco, aquele em que a mãe diz pra você não ir porque era perigoso, teria trombadinha, lhe ofereceriam "dorgas", seria sequestrado ou simplesmente teria sua alma corrompida pelo tinhoso  mas, mesmo com todos estes argumentos altamente persuasivos para um pré-adolescente, você terminava indo escondido usando o dinheiro do troco do pão).

Há muito tempo atrás tive essa ideia de construir um fliperama caseiro porém sempre esbarrava em algum impedimento. Pra ser mais exato desde 2008 quando fiz um upgrade no meu PC e sobraram algumas peças.
Alguns anos antes disso já havia ficado encantado com o MAME e a possibilidade de ter todos os jogos reunidos em um único lugar. Lembro como era frustrante não ter aquele jogo que você tanto queria no fliperama perto da sua casa ou comprar uma revista de videogame (para os mais novos que nasceram na era da internet lembro que essa era uma das únicas maneiras de ficar informado sobre o que acontecia no mundo dos jogos) e ver um lançamento que dificilmente chagaria ao Brasil.
Lembro em 98 quando foi lançado o Street Fighter III e a vontade louca de jogá-lo.

Pois bem, quando as peças de PC sobraram veio-me a ideia de fazer o Arcade. Mas  a falta de conteúdo na época me fez desistir temporariamente do projeto. O tempo foi passando, mais upgrades foram sendo feitos, mais peças e pesquisas acumuladas até que chego à um outro momento: ter a experiência de uma jogabilidade arcade sem o fliperama.

Foi aí que, aproveitando o que eu tinha à disposição, resolvi fazer um controle arcade.
Basicamente uma caixa de madeira, uma porta pequena de armário, um controle de PC que estava com o analógico frouxo e um kit de botões e comandos.

Tampo do controle finalizado

Bom, o resultado, apesar de não estar pronto (a arte é provisória, a dobradiça não foi colocada ainda e alguns fios estão sem os terminais, apenas "amarrados" nos contatos) o funcionamento ficou perfeito. O problema é querer parar de jogar pra continuar aprimorando, hehehehe.

Abaixo seguem as fotos para ilustrar sucintamente como foi montado (até porque este blog é pra acompanhar o projeto do fliperama bar top, que utilizará os comandos de uma forma um pouco diferente):

Uma porta superior de roupeiro que iria para o lixo.

Removendo o acabamento e imperfeições

Furação pronta porém, foi necessário o uso de uma grosa meia-cana para ampliar a furação pois só tinha serra copo de 25mm (o furo tem que ser no mínimo 28mm)

Arte consiste basicamente em figuras impressas em A4, recortados e coladas sobre a madeira e, após, aplicado papel contact transparente.

Detalhe para a soldagem também nos R3 e L3 sem remover a capa do analógico. Deixei de espera para um futuro upgrade no controle arcade)

Madeira que estava de "bobeira" na garagem de casa.

Lembram da porta do roupeiro? Esse é um pedaço do fundo. Serviu para o fundo do controle arcade.

A parte mais chata. Não quis usar pregos, optando pelo suporte em "L". Foi um parto aparafusar na mão.

Fundo posicionado antes de fixar

Caixa do controle montada

Primeiro teste em grande estilo: Final Fight versão arcade zerado.

A partir daí peguei gosto pelo projeto e tomei a decisão que praticamente obrigou dar início ao projeto: comprei no ebay duas placas controladora usb para os comandos e, em seguida uma chapa de MDF 18mm. Agora fiquei na obrigação.

Mas isto é assunto para o próximo post.